...isso é apenas um ensaio...

"Tudo Vale a Pena Quando a Alma não é Pequena!"
Fernando Pessoa

domingo, 25 de abril de 2010

divagando

 
Ao som de “Clarisse” (Legião Urbana) enquanto lia Vinicius de Moraes, tendo como companhia apenas a mariana (rasga saco), me lembrei de súbito do meu grilo falante (!o!), a dizer-me, olhando nos olhos: “não confio, apesar de gostar, em quem escrevi poesia!”. NOoOoOSsSsSsAaAaAaA! Um direto no queixo, Tyson se orgulharia! Fato, o que seria do mundo sem os loucos, as crianças e os boêmios? E de todos nós (igualmente loucos, nem tão boêmios mas com certeza crianças) sem os poetas? Quem poderia com cirúrgica precisão traduzir, os pensamentos nunca ditos, o sentir mais impossível ou mesmo o possível? Quem, a não ser, um louco que ama devotadamente, um boêmio que ludicamente (ou seria lucidamente?) busca entender a alma feminina e a criança que com olhar gentil e suas tolices sempre nos emocionam e fazem rir. Um poeta é um ser, um homem por assim dizer, que: a) nos faz rir (criança) com suas condutas tão impróprias que chegam mesmo a serem perdoáveis, nos faz chorar com seus versos sinceros que traduzem os mais íntimos anelos e desejos, quem nunca usou versos de um poeta (ainda que mero e qualquer) para ao menos tentar traduzir o indecifrável. b) que nos aconselha nos momentos de crise (boêmio) e sempre está ali pronto e disposto a nos escutar, que oferece aos amigos (as) a beira de um ataque de nervos a saída perfeita (vamos pro bar), para afogar as magoas, celebrar ou recomeçar a vida, que nos transporta a um mundo possível, onde as mulheres (principalmente) não são assim tão insensíveis, cruéis,  complicadas e perfeitinhas. c) que não mede esforços para amar, que não tem medidas ou pudores, que se entrega sem olhar a queda livre do precipício que é confiar, apenas ele (o louco) renuncia a si para entregar-se gratuitamente a uma estranha e dividir sua vida inteira. Isto posto, meu adorável grilo falante, confie mais em nós – os poetas – entenda que pra ser poeta tem de ter a alma leve (ainda que pecadora), deves amar verdadeiramente (ainda que todas as mulheres do mundo), nada poderá deter-lhe (talvez apenas, os favores de um donzela)... é (pensando bem) deixa pra lá, você tem razão! Ser confiável não é mesmo um traço poético (espero que me perdoem). (risos)

2 comentários:

  1. Bunscando o ser pelo ser.
    O poeta lança-se ao mar do ufanismo em busca de soluções praticas.
    Saude.

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  2. Não precisa ser confiável para ser adorável, certo?

    De coração, espero que você continue inspirado e meio louco...faltam pessoas assim em um mundo melhor.

    Mas um pouco de juízo não faz mal...um que venha de dentro você (O grilo morre...alegoria que nada rsrs)
    Bj

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