...isso é apenas um ensaio...

"Tudo Vale a Pena Quando a Alma não é Pequena!"
Fernando Pessoa

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ser Palhaço


Voca People - Muito Bom!


August – A Bujarrona


A bujarrona é por definição uma vela menor triangular e fixa, que fica a frente do veleiro, sua função é bem simples, ela deve proporcionar uma potencia adicional a vela principal. Naquela época eu não fazia idéia que estava sendo convidado a participar de uma sociedade, nada secreta nem tão pouco discreta, eu seria a parte que faltava, não era essencial é verdade, mas uma parte que falta.

Pela definição do capitão JB, sou um aventureiro, cheio de energia, com uma personalidade ativa e decidida, não vejo graça numa vida sem desafios e sendo um lider por natureza, atraio as outras pessoas com o meu entusiasmo. Mas sempre tenho de tomar cuidado por que sou uma pessoa extremamente teimosa.

Magno – O Mastro


Magno é um sujeito baixinho, nascido em Pimenteiras-PI, veio para o Rio de Janeiro ainda cedo, estudou em colégio de padre, foi seminarista e quase se ordenou padre, largou a religião pela grande paixão de sua vida, Melissa, uma noviça que todos os dias assistia as missas na capela do seminário.

Magno é um homem muito ligado a família e aos amigos, emotivo e religioso costuma exagerar nos seus cuidados, um homem prudente e de conselhos sábios, tem muita energia e por isso mantém-se sempre atarefado, por hora fazendo Nicolas e Jorge trabalharem juntos e em outros separando os dois, sempre absorvido por sua observações tem uma incrível curiosidade, buscando sempre o entendimento das coisas, planejador e extremamente racional, por isso se assemelha ao mastro, se Magno não estiver num bom dia ou estiver em desacordo com Nicolas e Jorge pode esquecer, será melhor ficar em terra firme.

Magno se casou com Melissa e teve uma filha chamada Isadora, que é missionária religiosa, está na África junto com o noivo que eles ainda não conhecem pessoalmente e que tem um nome muito difícil de se gravar, Melissa é uma senhora muito espirituosa, uma verdadeira mãezona, esta sempre as voltas com os afazeres da domésticos, cozinhando e limpando, servindo a “Deus na pessoa do próximo”, como costuma dizer.

Jorge – A Retranca



Se Nicolas é o sujeito mais hilário que já conheci na vida, certamente Jorge é o mais inteligente, muito culto gosta de conversar e apesar de sua grande instrução, mantém-se sempre acessível, porém, numa disputa coloca-se de igual para igual com qualquer pessoa. Não se sente nem busca ser melhor nem pior que ninguém, é uma pessoa de mente aberta.

Jorge é o tipo de pessoa que não gosta de ficar parado, pois tem grande agilidade mental e física, pratica artes marciais, sendo mestre em muitas delas. Gosta de passar seu tempo lendo e adora estudar, não deixa passar uma oportunidade de viajar, já foi mochileiro na Europa, Ásia e Oceania. É daqueles que possui uma paixão invejável pela vida. Não tem muita diplomacia na hora de dizer certas verdades, julgar ou criticar, costuma fazer isso à queima roupa.

Jorge é um solteiro convicto, desiludido com um amor na juventude, vive para ser de todas as mulheres, não sendo de nenhuma delas ao mesmo tempo, sua energia e inteligência, sua dedicação em tudo que faz o torna a retranca, uma longa viga paralela ao convés, que aliada ao mastro faz a vela principal captar os ventos. Em um veleiro os marinheiros podem girar a retranca em 360 graus no plano horizontal, para permitir que a vela principal obtenha o máximo possível de vento.

Nicolas – A Vela Principal


Nicolas é o sujeito mais hilário que já conheci na vida, sua própria definição: - “Sou um nego vadio!”. Pura conversa fiada, um garoto trabalhador e incansável, dinâmico, inteligente e por demais criativo, possui muita disciplina e está sempre disposto a colaborar e ajudar os outros, senhor de praticidade incrível, capaz de consegue executar quaisquer tarefas ainda que cansativas ou monótonas, daquelas que a maioria das pessoas costumam recusar. Não admite interrompido quando está trabalhando, e é critico por demais com si mesmo e com outros.

Nicolas tem 25 anos, filho adotivo de Dalton e Aretusa, naquela semana estava namorando uma moça chamada Carina, já foi de tudo um pouco na vida, engraxate, mecânico, faxineiro, pilota e conserta pequenos aviões, um hacker e viciado em esportes radicais, foi expulso do exercito por “atividades paralelas” (mercados negro), não há nada que se mova que ele não possa consertar ou guiar, nem tão pouco, algo que esteja a venda que ele não possa comprar e re-vender pra você.

Esporadicamente ajuda os pais no trabalho social, faz faculdade de mecatrônica na USP e assevera que o pior castigo para ele seria se casar. Semelhante a vela principal, que captura a maior parte do poder eólico necessário a propelir o veleiro, Nicolas é a força em pessoa, nada esta longe demais, ou difícil demais ou impossível a ponto dele não poder alcançar, fazer ou conseguir, quando todos ameaçam desistir ele se irrompe e conclama a todos a perseverar.

Dalton – O Leme


Dalton é um sujeito muito peculiar, médico cirurgião renomado, fez parte dos médicos sem fronteira, tem uma estatura mediana, uma barriga muito saliente, completamente sedentário, um pouco careca e com um senso de humor fantástico, muito atencioso, e apegado à família aonde vai leva sua mulher, não teve filhos naturais, mas adotou quatro crianças, possui um senso paternal muito forte, é do tipo de pessoa que gosta de se sentir útil e necessário, de convicções firmes não costuma voltar atrás em sua palavra.

Apesar de muito ocupado, nunca deixa de se reunir com todos, adora cachaça e poker, fuma cigarros e charutos como uma criança come doces em festa se São Cosme e Damião, semelhante ao leme do veleiro, que fica sempre escondido debaixo d’água e na parte traseira, nunca se importa em aparecer, adora os bastidores longe das confussoes e discussões ele sempre conduz o grupo inteiro para onde é melhor.

Dalton é casado com Aretusa, uma mulher muito extrovertida e atípica, uma piruá com consciência social, ambos tem uma ONG que trabalha com meninos e meninas que vivem em comunidades carentes no Rio de Janeiro e São Paulo, ela dá aulas de canto enquanto ele clinica para os que não tem plano de saúde, os cassos mais graves são atendidos no hospital do qual e sócio.

João Batista “Junior” – O Casco


          Como não poderia ser diferente, sendo filho de quem é, Junior tem uma personalidade centrada e em absoluto mediadora, sempre da prioridade ao bem comum do grupo, chegando mesmo a ser explorado pelos outros, tem uma atitude sempre tranqüila, sua frase preferida nos momentos de discussão e ânimos acalorados dentro do grupo é: - “Se cada um ceder um pouco, todos ficaremos bem”.

           Semelhante ao casco de um veleiro, que é a concha externa do barco e abriga todos os componentes internos, de forma simétrica o casco dá equilíbrio ao veleiro e reduz o arrasto, por isso, evitando conflito em prol da paz e da tranqüilidade Junior sempre parece levar esse grupo na costa, se faltar qualquer coisa ou se rolar uma confusão, deixa que o Junior resolve.

          Junior é Biólogo Marinho e Pesquisador, ex-militar dos fuzileiros navais, ativista do Green-Peace, alto e de corpo atlético, barba por fazer e longas madeixas, olhos impactantes e uma cara de roqueiro impagável, é divorciado de seu amor de infância Zaira, curadora de um museu em Amsterdã, onde mora com os filhos, o primogênito chamado “Dante” e a caçula chamada “Maia”.

João Batista – A Quilha


Ao que pude perceber – apesar da pouca convivência – J.B. era como a “quilha” desse grupo, era um homem alto e magro, esguio como a prancha longa que se estende do fundo do barco, igualmente ambos tem funções imprescindíveis, aquele é o ponto de equilíbrio de todos e nunca permite que se afastem, está sempre pronto pra segurar as ondas, ao passo que aquela além de oferece um vetor de equilíbrio sob a água, impede que o barco emborque.
JB é viúvo e tem um filho chamado Junior, é um capitão-de-mar-e-guerra reformado, suas maiores paixões são os netos, o mar e os veleiros.
Homem simples acostumado as rudezas da vida militar, dedicou sua vida a marinha, viajou o mundo e navegou por todos os mares, criado desde cedo na rotina militar, filho e neto de militares. Uma pessoa extremamente adorável, centrada e com um senso de liderança invejável, intenso e desafiador, normalmente apenas observa as discussões, mas quando se envolve nunca desiste até vencer a questão, a menos que se consiga convencê-lo que não é bem assim.  
Casou-se muito jovem com sua mulher Abnara, que em grego significa “luz da sabedoria”, todos concordam que ela conseguiu ensiná-lo a viver como um homem normal, sendo mais tolerante e amistoso. Com ela teve uma vida de aventuras e muitas mudanças, típica vida de militar, um filho e uma insuperável história de amor e cumplicidade. Sua mulher morreu a poucos anos, vitima de um infarto fulminante enquanto visitavam sua terra natal a Grécia, tendo sido lá também sepultada, sobre este assunto só pude saber isso.