...isso é apenas um ensaio...

"Tudo Vale a Pena Quando a Alma não é Pequena!"
Fernando Pessoa

segunda-feira, 26 de abril de 2010

último desejo



Na verdade um Pedido.
Quando meu espírito
evoluir e estando livre
deste invólucro se libertar,
por obsequio ...
doem o que se quiser
ou se puder aproveitar.
Em sendo assim,
que pulse saliente
em outro peito Cardisplicente,
este  coração infante.
Que meus olhos
estando vivos,
 ainda possam ver o mar.
Os rins – nem tão saudáveis assim –
poupem um afortunado boêmio
do marítimo da hemodiálise sem fim.
Entrego em bom estado de conservação
Outros órgãos para adoção
– além dos rins e coração –
apenas faço uma observação,
impondo assim (sine quo non)
uma única condição:
quem de mim receber
o que quer que seja,
deverá viver (creia... irá!), 
doravante uma vida errante, 
afastado das meticulosas certezas.
...
Em um jazigo guardem 
o que por ventura sobrar,
junto ao meu avô 
o sono da eternidade
desejo desfrutar. 
Que assim seja!

promessa



Um dia qualquer, de um ano qualquer, em um lugar igualmente esmo, sentado a beira da cama um homem aguarda o raiar do dia. Pela janela apenas a escuridão e os murmúrios próprios da noite, no peito o coração guarda fiel a ultima decisão, a mente inquieta elabora planos, refaz caminhos, desconsidera a matéria e se projeta no infinito.  Amanhece o dia, os primeiros raios da aurora invadem ainda tímidos os olhos adormecidos, lá fora o ruidoso mar se impõe, uma brisa invade o ambiente despertando os sentidos ainda latentes. Ao passar pela porta e trancá-la, um temor invade o peito cercando o coração de aflição, um instante de dúvida, uma última resolução, porta fechada mochila na costa a partida retarda,  algo ficou para trás, sobre a mesa repousa uma carta, um endereço preciso, uma foto inexata.  Na garagem diante da barbara , uma Harley-Davidson verde oliva, modelo WLA3 de 1943, que sobreviverá a 2ª. Guerra Mundial, uma confissão que guarda um pedido, vira-se e entra no veiculo. A portão de madeira se fecha e pelo retrovisor ficam para trás moto e a casa, diante dos olhos somente a estrada. O percurso é curto, não dura mais que algumas horas pela estrada que serpenteia à beira mar, antes porém, uma parada demorada no bosque que se estende até o mar. Enfim o destino, o sol está alto e brilha incandescente, poucas nuvens no céu, os olhos percorrem o lugar, até então desconhecido, amplo e florido de tal sorte que  visão não alcança o fim, um cortejo se aproxima,  indiferente a dor do homem, um menino se aproxima, pergunta alguma coisa, inaudível murmúrio, tendo o silencio como resposta se distância.  Adiante uma viúva chora diante do sepulcro da filha, percorrendo o lugar, tendo na mão a carta busca encontra o preciso lugar, por fim diante de si um sepulcro de pedra, idêntico ao da fotografia. Um anjo armado guarda o jazigo da família, ajoelha-se e reza diante da Virgem Maria, lágrimas se interpõe aos soluços, deposita ali as poucas cinzas que resta,  encerrando assim uma antiga promessa.
“... quando meu espírito se libertar deste corpo, doa o que se quiser aproveitar e o resto creme logo que puder, uma missa mande rezar e minhas cinzas em parte lance ao mar, junto a uma semente no bosque outra parte enterre e o restante deite ao lado da mulher que minha vida dediquei, única mulher que amei.”

trago



Trago no peito
feridas sinceras
–  desventuras –
de um “amor”
desprovido de bravura
que mudou-se
de forma e figura.

Trago na face
a mascara ruída
ou talvez
a carne endurecida
chagas e sulcos

orgulhosas marcas
de batalhas perdidas.

Trago no coração
um sonho bendito

 que um dia cesse
este inferno maldito
que brilhe o sol

em demasia
ao raiar do dia.

Marcial Salaverry



É aposentado e nasceu em 11/12/1938. Comecei a escrever em princípio de 2001, após minha aposentadoria, e após descobrir a Internet. Tenho publicado textos poéticos em diversos sites da Internet. Tenho projetos para lançar meus livros de poemas ainda este ano. Livros Virtuais: Recado aos Homens – Redescobrindo o Amor – Reaprendendo a Amar.



vamos falar de poetas


Desde priscas eras, quando se fala em poetas, a imagem que vem à cabeça dos desavisados é aquela velha figura daquele indivíduo de longa cabeleira desgrenhada, e que vivia eternamente fora da realidade, sempre imaginando quimeras para colocar em suas poesias.

Sempre se imaginou que, para ser poeta, a pessoa teria ser um alienado, vivendo fora da realidade, pois afinal, poesia é fantasia, é utopia... Rimar, rima, mas não é totalmente verdade.

Os poetas, bem como músicos, pintores, contistas, são pessoas normais com as mesmas necessidades de todos, apenas com sua sensibilidade mais desenvolvida. E sempre com uma experiência de vida um pouco mais rica, o que permite melhor ir buscar suas fontes de inspiração. E desenvolver essa inspiração.

Para dizer a verdade, todos temos algo de poeta dentro de nós. Simplesmente alguns tem mais facilidade para soltar suas idéias. Não tem vergonha de expor sua alma, de mostrar ao vivo que tem um espírito romântico. O problema é realmente esse, ou seja, muitas pessoas não conseguem "soltar seu interior", pelo famoso medo do ridículo, por não terem confiança naquilo que escrevem. E talentos são desperdiçados.

Os poetas trazem dentro de si uma vivência muito grande, pois revelam seu interior através de suas poesias. Já um certo Sigmund Freud (tinha que ser ele para explicar isso), nos deixou uma frase lapidar a esse respeito, vejam:

Seja qual for o caminho que eu escolher... um poeta já passou por ele antes de mim...

Com isso, nosso amiguinho quis dizer que um poeta, para ser poeta tem que viver bem intensamente a vida... passar por todas as experiências (ou quase todas), porque deve ter um espírito acima de tudo capaz de perceber as sutilezas da alma humana, e colocar para fora toda a sensibilidade de sua alma e isso não é muito fácil para quem não viveu, e não soube extrair da vida as lições que ela nos deixa.

Através da poesia, o poeta mostra sua alma, conta sua história, realiza suas fantasias, suas quimeras. Há que se saber ler uma poesia, é necessário "ler" as entrelinhas, sentir as sutilezas da "alma poetal".

Muitas vezes é através das poesias que o poeta expressa desejos não realizados, ou conta episódios vividos, deixando sempre para quem o lê a interpretação que cada qual entenderá. Para alguns, é um felizardo que viveu todas as emoções descritas, para outros, um frustrado que não consegue realizar seus desejos e o faz através de seus escritos.

Esse é o grande encanto da poesia... deixar no espírito de quem lê essa grande dúvida... se ela representa apenas uma utopia, ou uma realidade.

Se o poeta é aquilo que ele escreve, ou escreve aquilo que deseja ser.

Se é realmente um romântico, ou se apenas escreve bem sobre romances.

Se realmente está apaixonado, ou se apenas é um "amante do amor", ou seja alguém que cultua o amor como o melhor sentimento que uma pessoa pode ter.

Sempre fica na imaginação o que realmente estará por trás do que é escrito.

Se aquele alguém a quem uma poesia parece ser dedicada é mesmo alguém de carne e osso, ou se apenas representa o desejo do poeta, em sua eterna busca da musa inspiradora.

Muitas vezes um poeta feliz e realizado na vida, poetiza sobre tristezas... Talvez sua alma seja triste. Talvez conte as tristezas de alguém, quem sabe?

A grande verdade é o romance da vida, que sempre nos traz episódios de alegria, de felicidade, de tristeza, de infelicidade, e a sensibilidade maior ou menor que tenhamos de contar esses episódios.

Poetar é um excelente exercício de memória e de imaginação, que todos devem experimentar. Mexe com os sentidos, e desperta sentimentos que muitos julgavam adormecidos.

E com esse espírito, que, poeticamente, desejo a todos UM LINDO DIA." 

Autor: Marcial Salaverry  /   Fonte: A Garganta da Serpente

Compreendendo de uma vez por todas o Hino Nacional Brasileiro


Introdução.: 

O Hino Nacional parece ser um desafio para a maior parte de nosso povo. Pelo que se percebe, poucas pessoas o compreendem, haja vista as inversões de termos oracionais e algumas palavras em desuso. Acabamos, por causa disso - quando encontramos oportunidade de fazê-lo - cantando-o mecanicamente. Um trá-lá-lá irrefletido e frouxo; puxa, falta de civismo!

Portanto, mesmo sabendo haver outros trabalhos do tipo, resolvi despretensiosamente também escarafunchar a letra da obra e, após exame algo criterioso, pequena investigação histórica e desdobramento dos versos, disseminar, de modo mais sucinto e claro possível, as conclusões a que cheguei.


Meu interesse estrito é o de tentar contribuir, ainda que de forma mínima, para que não venha totalmente à ruína o patriotismo tão abalado em nosso país, pois tenho desde sempre me amofinado pelo "orgulho" momentâneo - na realidade, a meu ver, pseudopatriotismo - vindo à tona somente em época de Copas do Mundo e eventos do tipo. Nada contra o esporte, isso é bom e tem de ser assim mesmo, mas só ter sentimento cívico nesses momentos, convenhamos, não é admissível.


Bem, vamos lá: para nos facilitar, separei o trabalho em três breves passos, a saber:

1) A letra aberta, com as principais marcações a serem depois desenvolvidas;
2) A interpretação em si; e
3) O entendimento simplificado do poema.

Espero sinceramente que, ao menos em algum ponto ou outro, o presente opúsculo lhe seja proveitoso.

Autoria do Hino.:

A música, composta em 1822, é de Francisco Manuel da Silva (Rio de Janeiro/RJ, 1795 - Rio de Janeiro/RJ, 1865), que foi diretor musical da Capela Real, compositor, maestro, professor, posteriormente mestre-de-capela da Imperial Câmara, além de fundador do Conservatório do Rio de Janeiro, atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Tentou-se adaptar algumas outras letras à melodia estabelecida, mas a atual - e definitiva - , escolhida por meio de concurso em 1909, é de Joaquim Osório Duque-Estrada (Pati do Alferes/RJ, 1870 - Rio de Janeiro/RJ, 1927), escritor, crítico literário, professor, jornalista e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL).


Note que o autor da letra nasceu cinco anos depois da morte do autor da música. O texto só foi oficializado como letra do Hino Nacional em 6 de setembro de 1922, véspera do Centenário da Independência, por Decreto do então presidente Epitácio Pessoa.

Primeiro passo: a letra aberta (sem versificação, mas separada em suas estrofes originais), com as principais marcações a serem depois desenvolvidas

I

Ouviram do
Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante, e o sol da Liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria nesse instante.

Se o
penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte, em teu seio, ó Liberdade, desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
idolatrada, salve! Salve!

Brasil,
um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança à terra desce, se em teu formoso céu, risonho e límpido, a imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza, és belo, és forte,
impávido colosso, e o teu futuro espelha essa grandeza

Terra adorada, entre outras mil,
és tu, Brasil, ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és
mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

II


Deitado eternamente em berço esplêndido
, ao som do mar e à luz do céu profundo, fulguras, ó Brasil, florão da América, iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais
garrida, teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Ó Pátria amada, idolatrada, salve! Salve!


Brasil,
de amor eterno seja símbolo o lábaro que ostentas estrelado, e diga o verde-louro desta flâmula - Paz no futuro e glória no passado.

Mas, se ergues da justiça a
clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada entre outras mil, és tu, Brasil, Ó Pátria amada!


Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!

Segundo passo: a interpretação.:

I

Ouviram do
Ipiranga (do tupi "ypiranga", que quer dizer "rio vermelho", riacho da cidade de São Paulo perto do qual o então príncipe herdeiro do trono de Portugal, Dom Pedro, futuramente D. Pedro I - primeiro imperador do Brasil - teria declarado a Independência em 1822) as margens (observe que as margens do riacho é que ouviram o brado) plácidas (tranquilas) de um povo heroico (atualmente sem o sinal agudo) o brado retumbante (grito muito forte que chega a fazer eco) e o sol da Liberdade (o sol aqui - com letra minúscula - não é o astro e sim a força luminosa nascida da Liberdade personificada, o esclarecimento dela emanado naquele momento importante) em raios fúlgidos (cintilantes), brilhou no céu da Pátria ("pátria" invoca o tempo ido - a história - e, necessariamente, os antepassados, e a terra natal ou adotiva de alguém que tenha vínculos estritos de afeição, de cultura e valores locais; diferentemente de "nação", que tem a ver com nascimento, de onde se vem, a nacionalidade, quer dizer, tudo o que é ligado jurídica e politicamente ao Estado (União) nesse instante.
(Para melhor entendimento: As margens tranquilas do riacho Ipiranga ouviram o grito forte de um povo heroico e o sol da Liberdade, em raios cintilantes, brilhou no céu de nossa Pátria nesse momento.)
Se o penhor (se a garantia, penhora) dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte (muitos cantam erradamente "braços fortes"), em teu seioem teu teu coração), ó Liberdade, desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, idolatrada (pela qual se transborda de amor), Salve! Salve! (Damos-lhe "Vivas!") (
(Para melhor entendimento: O nosso peito desafia a própria morte, ó Liberdade personificada, dentro de teu próprio coração, se conseguimos conquistar a garantia dessa igualdade com firmeza! Ó Pátria amada, pela qual transbordamos de amor, damos "Vivas" a ti!)
Brasil, um sonho intenso (às vezes há titubeação devido à dúvida entre este trecho e "de amor eterno" da 2ª parte), um raio vívido (destacado, bem visualizado, nítido) de amor e de esperança à terra desce, se em teu formoso céu, risonho e límpido (sem nehuma nuvem), a imagem do Cruzeiro (do Sul) resplandece (brilha intensamente).
(Para melhor entendimento: Um sonho intenso, meu Brasil, um raio nítido de amor e de esperança desce à terra, se a imagem da constelação "Cruzeiro do Sul" brilha intensamente em teu formoso, risonho e limpo céu.)
Gigante pela própria natureza, és belo, és forte, impávido (corajoso, destemido) colosso (outra vez o sentido de "gigante", corroborando o primeiro), e o teu futuro espelha (muitos cantam erradamente "espelha" com o timbre do segundo "e" aberto: /espélha/ - mas o correto é fechar o "e": /espêlha/) essa grandeza. Terra adorada, entre outras mil, és tu, Brasil, ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil (mãe defensora dos filhos e generosa com eles, como qualquer boa mãe), Pátria amada, Brasil!
(Para melhor entendimento: Gigante destemido, pela própria natureza és belo e forte e o teu futuro mostra essa grandeza. Entre outras mil terras, tu és, meu Brasil, ó Pátria amada, a mãe generosa dos filhos deste solo. )

II
 
Deitado eternamente em berço esplêndido (aqui não significa um Brasil "preguiçoso", que descansa para sempre - como querem maldosa e levianamente interpretar alguns, mas sim um Brasil estabelecido num solo maravilhoso, extenso e riquíssimo, com recursos naturais intermináveis. Só pode ser essa a intenção de Duque-Estrada), ao som do mar e à luz do céu profundo ("profundo" aqui no sentido de "sem fim", eterno, inimaginável), fulguras (brilhas), ó Brasil, florão (ornato, enfeite de ouro e/ou pedras preciosas em forma de flor) da América, iluminado ao sol (luz solar) do Novo Mundo! (o continente americano; era como, às vezes, os europeus denominavam a América quando de sua descoberta, que era novo continente em relação ao "velho mundo"(Europa), assim como à África e à Ásia.)
(Para melhor entendimento: Ó meu Brasil, rico ornato da América, tu brilhas iluminado à luz solar do jovem continente, estabelecido para sempre neste solo extenso e rico ao som do mar que dominas e à luz dum céu inigualável. )
Do que a terra mais garrida (vistosa, contente) teus risonhos, lindos campos têm mais flores; "nossos bosques têm mais vida", "nossa vida" no (muitos cantam erradamente "em") teu seio "mais amores" (obs.: os termos entre aspas são partes do poema "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias na obra "Primeiros cantos"- 1847). Ó Pátria amada, idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno (às vezes há titubeação devido à dúvida entre este trecho e "um sonho intenso" da 1ª parte) seja símbolo o lábaro (bandeira, estandarte) que ostentas (exibes com orgulho) estrelado, e diga o verde-louro (obviamente as cores verde e amarela da bandeira, símbolizando as florestas e matas e o ouro, as riquezas minerais) desta flâmula (também: bandeira ou estandarte - simples referência ao termo anterior): Paz no futuro e glória no passado (glória estabelecida, histórica, e anseio pela paz futura).
(Para melhor entendimento: Brasil, teus risonhos e lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa, assim como nosso bosques têm mais vida e nossa vida em teu coração tem mais amores que qualquer outra terra. Ó Pátria amada, pela qual transbordamos de amor, damos "Vivas" a ti! Brasil, que a bandeir estrelada que tu exibes com orgulho seja símbolo de amor eterno e suas cores verde e amarela digam "Glória estabelecida e anseio pela Paz futura".)
Mas, se ergues (para a luta) da justiça a clava (arma usada para bater nos antigos combates homem a homem - espécie de porrete) forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada entre outras mil, és tu, Brasil, ó Pátria amada! dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!
(Para melhor entendimento: Mas se para a guerra tu ergues a clava forte da justiça, verás que um filho teu não foge à luta nem quem te adora temea própria morte. Entre outras mil terras, tu és, meu Brasil, ó Pátria amada, a mãe generosa dos filhos deste solo. )
Terceiro passo, enfim: o entendimento simplificado da letra, em versão livre, mantendo-se a separação das estrofes originais

I

As margens tranquilas do riacho Ipiranga ouviram o grito forte de um povo heroico e o sol da Liberdade, em raios cintilantes, brilhou no céu de nossa Pátria naquele momento.


Contigo, ó Liberdade, o nosso peito desafia a própria morte se conseguimos conquistar a garantia dessa igualdade com firmeza!


Ó Pátria amada, por quem transbordamos de amor, damos "Vivas" a ti!


Meu Brasil, um sonho intenso, um raio nítido de amor e de esperança desce à terra se a imagem da constelação "Cruzeiro do Sul" brilha intensamente em teu céu formoso, risonho e claro.


Gigante corajoso, pela própria natureza és belo e forte, e no futuro será notória essa grandeza.


Entre outras mil terras, tu és adorada, ó Pátria amada, meu Brasil!


Tu és, Pátria amada, a mãe generosa dos filhos deste solo.


II


Ó meu Brasil, rico ornato da América, tu brilhas iluminado à luz solar deste jovem continente, estabelecido para sempre neste solo extenso e rico ao som do mar que dominas e à luz dum céu inigualável.


Brasil, teus risonhos e lindos campos têm mais flores do que a terra mais vistosa, assim como nossos bosques têm mais vida e nossa vida em teu coração tem mais amores que qualquer outra terra.


Ó Pátria amada, por quem transbordamos de amor, damos "Vivas" a ti!


Brasil, que a bandeira estrelada que tu exibes com orgulho seja símbolo de amor eterno e suas cores verde e amarela digam "Temos Glória no passado e ansiamos pela Paz futura".


Mas se para a guerra tu ergues a arma forte da justiça, verás que um filho teu não foge à luta e quem te adora não teme nem mesmo a própria morte.


Entre outras mil terras, tu és adorada, ó Pátria amada, meu Brasil!


Tu és, Pátria amada, a mãe generosa dos filhos deste solo.


Autor: Fabbio Cortez  /   Fonte: Garganta da Serpente

Fabbio Cortez


        O escritor e poeta carioca Fabbio Cortez é filiado à Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro – APPERJ. Lançou em 2007, na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, o livro poético "Público Cativo" - Oficina Editores, prefaciado pela renomada Leila Míccolis, poeta e escritora de livros, teatro e televisão. Cortez tem seu nome em revistas eletrônicas e antologias e pretende publicar em breve outros de seus livros, tanto em verso como em prosa.

ideais

Suspenso na força
o esqueleto inerte,
no canto,
máscaras caidas,
ao lado a justiça
- armada e cega -
estática as suplicas
infiel a balança
insípida ironia
sonhos roubados
paz torturada
alma agrilhoada
sussuros débeis...
igualdade,
fraternidade,
liberdade.
Jaz no peito
augusta bandeira
ideais depostos
déspotas idéias