...isso é apenas um ensaio...

"Tudo Vale a Pena Quando a Alma não é Pequena!"
Fernando Pessoa

quarta-feira, 21 de abril de 2010

vida longa ao Rei



As vésperas de um novo jogo,  cuja expectativa e anseio se podem tatear, quando se renovam os planos e prepara-se a festa, no céu uma estrela brilha ao luar, nasce uma nova era de vida em plenitude. Um Rei (Aglióstoro) esposará sua Rainha (Denise) em um novo tabuleiro, repleto de peças antigas formará novamente uma família, uma descendência bendita se inicia. O Bispo do Rei (Abelardo), a Torre do Rei (Erenita), o Cavalo do Rei (Ranióstoro) e o Peão do Rei (Francástoro) experimentado pelas batalhas estão prontos e despertos, ao longe se escuta a ruidosa infantaria, há cânticos de alegria por toda pradaria, que temam os adversários ao ouvirem a marcha desta real família. Vida longa ao Rei, Vida longa a Rainha, paz e sabedoria, lealdade e honra por toda eternidade.

ensaio (intro)


Todo homem quando começa uma família, dispõe sua vida sobre um tabuleiro, o estrito ou lato sensu, seus deveres e obrigações, representam os limites das 64 casas e seus movimentos, vivemos a vida em sociedade como num jogo de xadrez

ensaio


Há exatos trinta anos um jovem casal deflagrava sua partida inicial e teve uma valiosa ajuda, um Rei de outrora - já viúvo - abdicou de seu trono e desposou sua Torre da Rainha, concedeu a um Peão o titulo de Rei (Abelardo), que esposou sua Rainha (Erenita), tornando-se assim o antigo monarca, Cavalo da Rainha (Zacarias). Iniciada a batalha, os desafios foram submetidos ao solo, decaídos no tabuleiro, ao passo que o amor floriu em ventre esplêndido e nasceram assim nos anos seguintes os peões, que logo por sua índole e ventura, encaminhar-se-iam as suas casas de direito. O Bispo da Rainha chamou-se Ranióstoro - o caçula, mediador dos tenazes irmãos mais velhos, forte e aguerrido, polido e inteligente soube ser conservador em tempos de vanguarda, escolheu trilhar os caminhos das ciências biológicas. A Torre da Rainha chamou-se Aglióstoro – o do meio, forte e obstinado, chamou para si a responsabilidade de ser o obelisco, o centro, a fortaleza e última defesa, trilhou como se poderia prever, as ciências da engenharia. O Peão do Rei chamou-se Francástoro – o primogênito, um ser das ciências e da política, destemido e audacioso, imprudente guerreiro, dividido entre seu Rei e o de outrora. O Cavalo da Rainha o rei de outrora – Zacarias, um homem idealista, pacato e dedicado a família, pilar e viga mestra, que ao se deixar capturar, transformou o peão. Vida longa ao Rei, Vida longa a Rainha, lealdade e honra para todo o sempre.

Do Ser ( d' Lara )




Era uma pequena maçã

Um pouco madura demais

Muito doce, meio seca

De sementes amolecidas

E o coração vazio.


Era um átrio fechado

Com um poço escondido

Vermelho, quase rosa

Água de sangue

E o balde vazio.


E era ainda o que era

Enroscada em suas cores confusas

Sedas, brancas apertadas

A missão de sua vida

E o casulo cheio demais.





Lara.
 Estudante - Namorada do P.E. - Amante da Poesia - Briguenta - Amiga Coletivo de idéias (generosamente) conflitantes.
(risos)

Teatro Mágico

Mari Gadú

solidão

Nestes dias

em que a solidão furtiva

invade lasciva

o peito amante

toma para si

o coração infame

num instane.

ciúme



Tomado pelo veneno do ciúme
seduzido e perseguido pela morte,


inferno e paraiso, arqueja
no peito o coração ferido


cesse a rispida voz que
em vão mormura


Toma de assalto esta criatura
sede d'alma a redençao,


pois em teus favores encontrei
ainda que não querendo


a doce perdição eterna!

... vãs palavras ...


Tolas palavras vãs
desentoados versos desgraçados
chorosos lamentos ultrajados,
vede a luz, tolo desesperado!

Ao longe o lume anuncia,
ditoso fiei-me na ventura
de vos encontrar um dia
cessando assim essa agonia!

A teus mimosos pés e mãos melindrosas
livre da importuna razão
darei da minha dor languidas provas
deste ditoso amor de enferma paixão.

corpo inerte

meu corpo inerte
abandonado
desprovido de vida
subjulgado
sepulcro último
vulgar
deste louco
desprezado.

a mulher que amo II


Tem o paladar apurado
o perfume adocicado
me controla e seduz
me instiga e liberta!

Tem na mão a aliança
no coração, confiança,
me possui!

Me tem cativo, confidente
me acha louco, demente,
me entende, me conforta
não se conforma, me repreende!

Me tem lascivo 
esta mulher expansiva
tem seu nome tatuado
envolto em amor aliançado.

... mulher que amo ...

Me tem refletido no olhar
no corpo inteiro
me conheçe sem temor,
afinal, me ensinou o Amor!

É louca e sensata
uma 'nerd' malandra, audaz.
A mulher que Amo...
não existe!
Ficcional criatura
que me instiga paixão
e poesia,
que me invade
e alucina.

a mulher que "amo" I

... a mulher que amo ...

Reduz meu coração a cinzas
quando se vai e dobra a esquina!

Traz consigo no beijo que me nega
meu pecado e minha redenção,

Como se fosse de uma só vez,
culpado e tolo inocente,

Por amar tao demasiadamente
esta mulher sem coração,

Sendo doravante sofrer
por esta chaga ferina,

Mais que uma sina
minha propria desdita.

a mulher que "amo"

... a mulher que amo ...

Tem no olhar um lume novo
capaz de ofuscar Alexandria
ainda assim, terno e cálido
como a bela luz do dia.

... a mulher que amo ...

Tem a melodia como voz
e basta que sussurre
para que lhe escute

... a mulher que amo ...

Domina-me por inteiro
amamenta o primogênito
enquanto guardo no ventre
o caçula filho bendito

... a mulher que amo ...

Tem gravado na pele meu cheiro
no tato a minha pele
no humor do seu corpo
o meu sabor.

mau traçadas linhas

Quando não vos tinha
podia amar,
por outra talvez
me apaixonar.

Tú mudaste esta escrita
antes era um poeta,
agora, apenas a solidão
me faz companhia.

Teu olhar nao me pertence,
meu sofrer nao te amecende,
fico a olhar-te olhar-te longamente.

Da-me um beijo
para que teu coração 
se encha de alegria,

E Amar-te seja minha sina.