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Noite apraz adornada pelo céu límpido e estrelado, a lua nova ainda tímida esconde-se atrás de ínfimas nuvens, a pequena rua repleta de carros e jovens entusiasmados, pulsa alheia ao homem sentado no bar, o local ferve sendo quase inaudível a musica que insiste – sem sucesso – em se fazer ouvir, garçons e toda sorte de belas mulheres a todo instante entram e saem, alguns rapazes mais extrovertidos a todos fazem rir, vez por outra se escuta uma bandeja despencar ao chão, um momento de silencio antecede a explosão das gargalhadas, o bar possui um aroma peculiar, talvez os perfumes e a fumaça dos cigarros tornem especialíssimo aquele ar viciado. No canto sentado à mesa treze, um homem ainda jovem a tudo observa, desde os pequenos movimentos próximos até as algazarras na rua, o ir e vir dos garçons, nada o incomoda nem à sua observação distrai moreno de estatura mediana, cabelo negro como as assa da graúna, olhos absortos que sobre nada se fixam sobre a mesa uma carteira de cigarros de balli, um porta cédulas, um celular que a todo instante vibra, um zippo prateado e as chaves de um automóvel. Um vulto se aproxima e pode-se ver a silueta de uma mulher, incógnita na multidão detém-se a poucos passos, entre a hesitação e o recuo, o homem supera sua inércia e caminha na direção da rua, detido pelo feminino toque é novamente conduzido à mesa. Em meio a brindes e algazarras ninguém escuta a discussão acalorada, a jovem donzela irrompe da mesa e vai-se porta a fora, porém, com uma tapa deixa clara toda indignação que leva consigo, enquanto deixa à mesa um rosto ofendido. O torpor assoma-se a solidão, um manto frio e argênteo se impõe sobre o coração, cigarro acesso na mão, conta sobre a mesa, um taxi o espera na esquina


Eu ainda acho surpeendente como você consegue organizar as idéias tão bem (sendo uma mente tão inquieta). =)
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